sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O Cadeirudo

Vou contar-vos a história de uma velhice que se arrasta pela minha rua resmungando e criticando tudo e todos que ousem não prestar atenção às obcenas palavras proferidas.
O senhor deve ter por volta 70 anos e a saúde, coadjuvada pelos inúmeros cafés e colas diários, já teve melhores dias.
Os cigarros acompanham-no na travessia quotidiana composta somente pelo trajecto do café e pelas respectivas paragens.
O percurso que este homem faz é muito simples salvo o facto de ser feito pelo meio de uma estrada nacional auxiliado por uma cadeira de plástico que lhe serve de muleta, e os carros que se desviem.
Quando não anda na estrada o apeadeiro normal é no passeio perto de casa sentado na dita cadeira com as calças arregaçadas (exceptuando as vezes que mostra mais do que se desejaria ver) importunando todo e qualquer transeunte ou condutor que ouse aproximar-se do local.
Poderia dizer que ninguém sabe o que nos espera e até confesso quer me dá pena a situação, afinal também sou humana...No entanto a minha visão fica um tanto ou quanto alterada quando os factos envolvem menores e passo a descrever: baixa as calças, mostra o respectivo traseiro e afirma alto e bem perceptivel "Vós quereis é disto, seus cabrões"...proferido para crianças que moram e brincam nos arredores, e peço desculpa pelo vocabulário.

E nós? O que nos estará reservado?

2 comentários:

"O Padrinho" disse...

Alôs! Segui o link num comentário na Máfia e vim parar aqui ao teu cantinho onde fui surpreendido com o brilhante pensamento de Pitágoras que eu tanto gosto e ainda para mais hoje veio mesmo a calhar esta frase. Nem imaginas!Só por isso, o melhor que me aconteceu hoje foi vir parar aqui. ;)

Calimera disse...

Pois.... sem comentários possíveis...